31 de julho de 2010

GERAIS - Lulas, polvos e outros bichos

É como dizem: o principal fica fora do resumo. Este não é o resumo da semana, mas uma breve compilação do que, se não chamou a atenção geral, ao menos merece figurar na lista das bizarrices que nos ajudariam a compor, se fosse este o intento, um novo FEBEAPA (com muito menos talento e com uma visão orientada, como não poderia ser diferente hoje, para o mundo das notícias globalizadas [mesmo sem a Globo])
Os EUA seguem fornecendo itens inestimáveis ao projeto (o que é bem melhor do que fornecer armas): depois do ladrão Darth Vader, tivemos o ladrão californiano que, por breves instantes, decidiu sair do lado negro da força. Ao tentar assaltar uma loja de telefones foi dissuadido pela vendedora, que era brasileira. A moça o convenceu que não era ético o ganho daquela forma e se ofereceu para arranjar emprego ao desafortunado larápio, que explicou que já tinha emprego e saiu sem ganho realizado. Foi o primeiro arrependimento; duas horas depois, o segundo: entra numa outra loja e realiza o projeto. Foi preso.
O Mahmoud Ahmadinejad demonstrou uma estranha relação com o mar: adora ostra em pele de lula, detesta polvo: fez criticas ao Ocidente, que se deixou impressionar pelas previsões do Polvo. Por falar em pérola, por falar em lula, nosso presidente andou atacando de Te Ufi (a ostra que produz pérola) e comentou o recente conflito diplomático entre Colômbia e Venezuela, qualificando-o de "conflitos pessoais", segundo consta no comunicado oficial de Uribe. Os dois países romperam relações diplomáticas. Mais recente foi a declaração de carinho e amizade que Lula nutre por Ahmadinejad: o presidente fez um apelo para que não fosse apedrejada uma mulher acusada de adultério. Não repetiu o gesto bíblico de levar os apedrejadores a um exame de consciência, mas tratou a questão com o tom pessoal que lhe é bastante característico: e se ela estivesse sendo ameaçada com arma nuclear, o que ele faria?

Bruno Silva

25 de julho de 2010

(ANTI)ESPORTE: Quando a Tecnocracia se enreda com a Vassalagem...

A Ferrari propõe o triunfo da tecnocracia sobre a qualidade e valor do piloto que, mesmo com um carro (relativamente apenas) mais lento, soube defender a dianteira na corrida terminada há pouco, mas que deveria se estender no tempo em debates e, não fosse a "força política" - leia-se a capacidade ferrarista de se colocar fora do regime de legalidade desportiva da FIA, que não lhe pune severamente num caso como esse e que, tacitamente, garante com seu silêncio a continuação de tal atitude antidesportista, antifairplay - enfim, não fosse a "força da politicalha" vermelha, teríamos visto uma parcela do que Senna fazia quando tinha um carro mais lento: dava um show de "direção defensiva", deixando seus oponentes putos porque o não podiam simplesmente passar por cima. Era uma época em que o piloto - e não o carro, e não a politicalha, e não a antidesportividade das equipes - triunfava. Hoje, por uma espécie de "razão de equipe", fora de toda legalidade, vemos a vitória da Ferrari onde devíamos ver a de Felipe Massa (ou de Fernando Alonso, se tivesse ultrapassado Massa no "braço", como um verdadeiro piloto deveria ter a ética de fazer).

Mas parece haver outra razão de fundo, "psico-histórica", pois é a história quem o sugere (como foi sugerida a troca de posições): uma vez vassalos do Sacro Império Romano-Germânico, Módena - cidade que abriga a escuderia de Maranello - continuaria a prestar homenagem à suserania de um "Príncipe das Astúrias". Don Fernando Alonso das Astúrias, da Espanha uma vez dona desse Império, mimado na "corte" da Renault (e sabemos o que aconteceu quando os ingleses da McLaren, sempre ilhados-independentes, negaram a Assonso a vassalagem...), achou de itinerar para a Itália, onde sua dominância dentro da equipe não seria nada mais que a continuação de séculos de dominação dos italianos pelos espanhóis.

Talvez a História sirva para alguma coisa, quando menos, para um uso irônico-crítico, mas isso depende menos da História que do seu narrador...

Aliás, penso que...nosso blog foi igualmente homenageado pela Scuderia Ferrari Marlboro, claro, com a TRAQUITANA realizada no GP da Alemanha!

Walter Andrade

24 de julho de 2010

GERAIS - Rambo VI?

A semana vai acabando e por pouco não se deflagra uma nova guerra pessoal do Rambo. Dessa vez a contenda poderia ter se dado em torno de dois combatentes de peso: o próprio Rambo e Capitão Nascimento! O Sly andou falando umas gracinhas em torno do Brasil e, desavisado, comentou do símbolo do BOPE - que não é mesmo muito amigável (Calma Pimentel! falo do símbolo, ok?). Fico pensando se, digamos que não houvesse retratação pública, o Capitão Nascimento não iria "subir os EUA para quebrar o Sly". Enfim, no momento em que a atenção geral se volta para o Brasil, sede de Copa e Olimpíada, tem celebridade falando mal da mãe gentil! Se há algo de bom, penso, é que isso pode servir de estímulo a uma resposta positiva do Brasil, fazendo bonito nos dois espetáculos. Para isso, entretanto, muita coisa precisa ser feita, e já!
Mudando de assunto: que criatividade do bandido Darth Vader (quem viu?) Fantasiou-se do vilão intergaláctico e assaltou agência de banco (na terra do Rambo, e ele não fez nada!)
Para acabar não posso deixar de comentar sobre o futebol: sai Dunga, entra (?) Muricy, sai Muricy. O novo técnico tem, em comum, a cara amarrada, nervosa, maloqueira sofredora Mano.!

Bruno Silva

19 de julho de 2010

GERAIS - Mais do mesmo

Parece que, terminada a copa do mundo, as coisas retomam a rotina (pelo menos no Hell de Janeiro). A polícia voltou a trocar balas repetidas (já que não vogam mais as figurinhas) com os traficantes, teve inocente morrendo e comprovando que não existe o lugar certo na hora certa, ou o errado na hora errada: o garoto estava na escola, na aula de matemática; o filósofo Rodrigo Pimentel foi na máquina de fazer doido para defender a polícia, dizendo (vejam só!) que pouco importa que a bala tenha saído da arma da polícia ou do tráfico, pois o tiro foi, de qualquer forma, consequência do combate; o Botafogo teve pênalti não marcado, gol mal anulado, futebol mal jogado... resultado: saiu de campo derrotado; o Lula continua na sua infatigável tarefa de ostra, que é a de produzir pérolas: a última foi dizer que no Brasil, por falta de motivos para reclamar, os brasileiros ficam levantando dúvidas sobre a utilização dos recursos destinados aos projetos (ele falava do portal da transparência), motivo pelo qual os prefeitos deviam buscar esclarecer a administração dos recursos... ah! ia me esquecendo, tais recursos foram destinados por medida provisória e os limites, aumentados também por MP; um flamenguista está envolvido em escândalo policial...
"Foi sempre mais do mesmo..."

Bruno Silva

13 de julho de 2010

ESPORTES - Obrigado Dunga

A figura do treinador de futebol muitas vezes é ofuscada pelo brilho de astros maiores (Felipe Melo), cabendo à nós (torcedores críticos) coloca-los em seu locus.
Pedra fundamental na campanha brasileira na Copa do mundo de futebol, Dunga deve ser lembrado com muito carinho por todos.
O futebol brasileiro vivia (?) a contra-mão de sua história, inclinando cada vez mais ao "futebol de resultados" (PARREIRA, 1994 e SCOLARI,2002), de certa forma, seguindo a linha das últimas Campeãs mundias (salvo a França de Zizu em 1998).
No período que o esporte suspira ares de mudança e o Brasil sediará a próxima Copa, o Futebol brasileiro deve ser amplamente discutido, questões como sucessão na CBF e adminstração dos clubes não podem ser esquecidas.
Penso que a figura (O Figura) do Dunga, proporcionou grandes questões ao comandar a Seleção de maneira tão peculiar. Propondo uma metodologia oposta à fracassada seleção de 2006, deixou a Copa de maneira Ridícula no mesmo ponto! Respondendo tardiamente todas as perguntas sobre opções táticas e qualidade do elenco e deixando uma sensação de "que renovação é essa?!".
Que tipo de anfitriões seremos?
Peças para formar um bom time temos, resta saber se continuaremos a jogar "algo parecido com futebol", se teremos como ponto forte a bola alçada na área ou colocaremos a bola no chão novamente!

JG

4 de julho de 2010

ESPORTES - Dunga e Maradona e a (re)invenção de tradições...

A imprensa, grosso modo, precisou esperar a ausência de resultado na Copa para entender que seleção brasileira não é só resultado (?!). É o modo pragmático de se ser filosófico. Estranhezas à parte, teve gente dizendo que "Pelo menos a seleção do Dunga perdeu só de 2x1, enquanto a Argentina de Maradona tomou de 4x0 dos alemães". Bem, é preciso dizer que poderíamos ter tomado de 4x1, não fosse a incompetência holandesa na hora de tornar um ataque de 3 contra 1 em gol... Se tivéssemos jogado contra a Alemanha a história seria outra... De todo modo, o essencial é que Maradona, que não é e nem muito menos pretende ser um técnico estrategista do tipo Mourinho, ciente das deficiências técnicas individuais de seus zagueiros (uma geração péssima deles...) lançou uma formação tática revolucionária: 5-5. Na prática 5 defensores e 5 atacantes. Encantou o mundo, fez muitos gols, e voltou pra casa com o orgulho de ter apresentado um futebol ofensivo, de toque de bola e beleza. E o Brasil? Negou sua tradição ofensiva e mostrou um futebol de defesa sólida e contra-ataques, muito semelhante ao de potências como Eslováquia, Sérvia e Paraguai (com a clara diferença de qualidade técnica de seus jogadores, mesmo ausentando um Ganso, um Ronaldinho Gaúcho...). A seleção de 2010, na ânsia de superar a de 2006, acabou por sair um negativo - no sentido fotográfico mesmo -, tanto de seus acertos, como os títulos da Copa América, das Confederações e das Eliminatórias, como a queda nas mesmas quartas-de-final da Copa do Mundo.

Falamos de tradições ofensivas do futebol argentino e brasileiro, e então uma coisa deve ser dita. As tradições não são essências, são inventadas, no curso da história, e nesse caso Dunga tentou lançar uma tradição nova no Brasil: a da defesa e contra-ataque. Parece-me que o povo brasileiro no geral não queria que essa tradição vingasse, e, assim, seria um desserviço se esta seleção zangada fosse campeã.

Aliás, não seria uma beleza uma sorte de técnico que conciliasse as características de Dunga e Maradona? E o novo técnico da seleção, quem será, quem vocês preferem? Eu ficaria contente com Felipão ou Leonardo, e não gostaria de Muricy, Mano e etcéteras...

Walter Andrade