25 de janeiro de 2011

Bravo Tom! O aniversário do maestro Tom Jobim

Du Bruni
Se ainda estivesse nesse mundo (porque vivo com certeza está) o maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim teria a aparência de um senhor com oitenta e quatro anos de idade. É curioso que Tom Jobim tenha nascido no primeiro mês do ano e partido no último: de dó a sí lá se vão doze semitons; nos doze meses de um ano lá se vai um Tom inteiro!
Sobre ele, Ruy Castro uma vez disse o seguinte: "Toda vez que Tom abriu o piano, o mundo melhorou. Mesmo que por poucos minutos , tornou-se um mundo mais harmônico melódico e poético. Todas as desgraças individuais ou coletivas pareciam menores porque , naquele momento , havia um homem dedicando-se a produzir beleza. O que resultasse de seu gesto de abrir o piano , uma nota , uma acorde , uma canção , vinha tão carregado de excelência , sensibilidade e sabedoria que ,expostos a sua criação , todos nós , seus ouvintes , também melhorávamos como seres humanos ". ( texto : Ruy Castro .)
Hoje, quando não nos resta senão recordar suas músicas através de gravações, o mundo está um pouco mais feio.
Outras águas de outros meses passaram sem deixar promessas de vida no coração de ninguém! A casa em que o Tom compôs "Águas de Março", em São José do Vale do Rio Preto, foi destruída pela desgraça que se abateu sobre a região serrana do Rio de Janeiro, outra paixão de Tom além da cidade que o maestro amou e ajudou a inventar cantando.
A maneira melhor de se comemorar o aniversário do gênio da música brasileira, penso, é colocar um cd pra tocar e procurar se reconciliar com a vida e a leveza que nos chegam por acordes impossíveis de um piano de magia.
Aos que ainda não conhecem a fundo a obra do maestro Tom Jobim, eis uma data propícia para fazê-lo. Àqueles que já são admiradores: aproveitemos o dia.

Bruno Silva

11 de janeiro de 2011



Como diz na legenda da foto ao lado, Ronaldinho está no Flamengo. Uma contratação gigante, como o futebol que possui o jogador em questão.
Muitos estão em dúvida se será boa para o clube, pois é um jogador em decadência e notívago. Para esses digo que, se Ronaldinho tiver nesse contrato com o Fla (se serão realmente 4 anos? Aaaaacho que non...) apenas 8 ou 9 grandes apresentações no ano, já terá feito mais que todo o elenco rubro-negro junto. Como gostam de dizer os comentaristas esportivos, é um jogador "de rara habilidade e que pode decidir um jogo em um passe ou um chute genial."
E existem outros torcedores, e me incluo nesse grupo, que quer só comemorar a contratação de um ídolo e gozar com a cara dos torcedores de outros times. Que chorem.

Apesar de existirem pessoas que irão torcer pelo fracasso dele, pensem antes: Quantos de vocês já se pegaram pensando "a o Ronaldinho no meu time...". Pois bem. Nós rubro-negros não precisamos mais imaginar. Somente ler as notícias do dia.

P.S.: Isso se falar no Thiago Neves, que já me irritou muito quando jogava pelo Flu. Acometido pela esperança besta de toda nação flamenguista em início de ano, ganharemos tudo que disputarmos. Tenho dito.


Thiguim

10 de janeiro de 2011

Estranhezas do futebol: entre a dedada e o chute na cara.



O ano começou igual para mim, que não ganhei na mega da virada, igual para o Felipe Melo, que tomou um vermelhaço depois de dar um chute de sola na cara do Paci, zagueiro do Parma. Para este o ano começou ruim... Ainda na Itália, o jogador Cassano, na estréia em seu novo time, o Milan, deu uma dedada no companheiro de equipe... Mas poderia ter sido pior: e se fosse o Felipe Melo com mania de proctologista?


Bruno Silva

9 de janeiro de 2011

PENSAMENTOS SOLTOS - O lado existencialmente positivo da hierarquia

* Pirâmide de Chichen-Itza, México

A hierarquia está no trabalho, no ensino (locais onde é oficial e propagandeada), na família (dissimulada, às vezes mais manifesta), no namoro (implícita mas comum) e até na diversão (área comum e área VIP). Diz-se que nosso (meu, seu?!) povo parece ter um certo horror às diferenças sociais, às patentes. "Tudo junto e misturado" aparenta ser a última palavra-de-desordem. Admito que partilho desse asco ao "Senhor Doutor...", quanto mais ao "Vossa Excelência..." nada excelsa, os pronomes de tratamento nobres mais são fórmulas mofadas, amareladas em livros didáticos. O Brasil não é cerimonioso, ainda que seja muito ritual. Confesso que (mea culpa partiale) tenho lá meus preconceitos com Roberto da Matta por conta da ideia de que a novela das oito (nove? dez?) seja o grande locus de debate político (acho que é conceder demais às TV's, que se orgulham muito e o convidam bastante não à toa). Então pra saber mais sobre o que estou falando seria bom ter lido mais antropologia brasileira... Todavia quero chamar atenção sobre o lado bom da hierarquia: ela garante ao menos o distanciamento mais precário entre os homens (e as mulheres!), já que conquistado por razões de patente ou efeito do poder do dinheiro, esse que gera uma hierarquia mais flexível, não vinculada necessariamente a uma posição social x ou y (é o caso da compra de locais VIP's numa festa). Como dizia uma amiga minha, Taís codinome "Muga", trata-se de "Very Important Putão" no mais da vezes, e esse é um dos problemas também...

No meu caso, acho que a hierarquia vale, apenas existencialmente falando aqui, para garantir as pessoas contra "as discórdias da igualdade" (nunca pensei que fosse citá-lo aqui, mas isso é Francisco Suárez, teólogo espanhol [1548-1617]). É como "viver em sociedade sendo o mínimo sociável possível". Em alguns momentos isso é importante, pelo menos do meu ponto de vista misantropo, solitário e "alternativo". É um modo de garantir a mínima paz possível, distante das multidões massacrantes, irrespiráveis, malcheirosas. Por isso nada melhor que festas em locais VIP's (ou ao menos com um limite numérico) ou ao ar livre. Bom, ao menos ele continua sendo...


Ps (uma convenção, já que pós-scriptum só tem sentido numa carta à mão): Uma van passava com os gritos do cobrador arrebanhando gente para um local de seropédica "Social! Social!", lembro de ter respondido "Antisocial!!!", ao que o rapaz me olhou encabulado. Acho que era dia de choppada de adm ou algo assim...

Walter Andrade