21 de abril de 2012



A indignação é um dos motores mais vigorosos da atividade política. O absurdo é um leitmotiv.


É claro que, numa visão filosófica, não há algo que não seja absurdo, "viver assim é um absurdo (como outro qualquer)/como tentar o suicídio (ou amar uma mulher)/como lutar pelo poder (lutar como puder) - EngHaw". Contudo, se nos tornarmos total contemplativos, nunca nos libertaremos da inércia niilista. O relativismo dos absurdos não é, todavia, equivalente. A aceitação da existência do absurdo (e assim a des-ilusão) não implicam a resignação com o mundo. Aliás, é somente percebendo o absurdo que o ser humano poderá confrontá-lo. Combater a vida pode então ser mais absurdo que ela, pois é uma tentativa de evitar o absurdo (suicídio é só o adiantamento da morte, do não-ser, mas há quem lute contra a vida vivendo...). É a beleza que encontramos na vida - apesar dos pesados pesares - que a faz valer a pena. O significado que podemos inventar para ela, contanto que não se torne nova ilusão dogmática, nos ajuda a preencher seu vazio inerente. Daí que, como um círculo, voltamos à luta pela vida, à luta política pela melhoria da vida humana. Para que se torne mais bela, menos sofrida (na medida do possível), mais humana.


Muito se poderia melhorar a vida sem a corrupção, claro, mas, pergunta-se, é possível que ela suma? Parece-me isto uma nova ilusão, ilusão de pureza. 


A luta contra a corrupção, portanto (e como tudo...) é uma disputa política em si também. Vejamos:


A crítica da corrupção pode esconder uma defesa de uma maior eficácia do sistema econômico-político, um aperfeiçoamento da ordem e do progresso. É um uso à direita do tema, que é tão popular. É o tipo de discurso moralizante que faz sumir o fato mesmo de que o capitalismo se constituiu e se reproduz mediante todo tipo de subterfúgios (subornos, mecenato político, concorrência desleal) e a corrupção é apenas um deles (sendo a exploração do trabalho humano com fins privados a pior, e nada óbvia, porque naturalizada). Claro que temos no Brasil um adicional cultural da corrupção, tão estudado por Antropólogos. Mas há também os que falam até em modo de produção...


A crítica à esquerda da corrupção deve primar por utilizá-la como um sintoma, índice que dá a ver algo muito mais profundo, que é estrutural. É a própria ordem atual que se deve transformar, estrutural e não apenas superestruturalmente (campo moral, político). É pela defesa do aprofundamento da democracia, da transparência, da participação popular (e daí da melhoria da educação que possibilite uma participação realmente cidadã), que poderemos combater não só a corrupção, mas a estrutura econômica e social tão desigual em que vivemos. Para aqueles que não acreditam em mudança, é só olhar para a história. Há alterações que só ocorrem com séculos, sim, mas como homens de nosso tempo podemos e devemos fazer parte do processo histórico, e nele atuarmos como cidadãos responsáveis e conscientes. Importantíssima é, logo, a marcha contra a corrupção. Cumpre disputar seus rumos...


Walter Andrade

9 de abril de 2012

Sandy da Páscoa no UFC

O Fantástico preparou uma surpresa pascoal para os participantes do reality show do UFC: a cantora Sandy carregando um ovo de chocolate. Os apresentadores chamaram isso de "tentação para os lutadores". Quer dizer: a macharada indócil naquela casa, um provável cheiro de plantação de cebolas 24 horas por dia... será que comer chocolate foi a maior tentação para os brutos? Só mesmo para quem acredita no coelhinho!

Em tempo: mais fácil suportar um round com o Anderson Silva do que um capítulo inteiro do TUF Brasil.

Bruno Silva