16 de abril de 2013

Maioridade penal no Brasil?

Maioridade penal no Brasil é questão para debates acalorados. Toque no assunto quando estiver em uma mesa de bar com seus amigos e lá se vai a noite por água abaixo! Periga até sair briga no boteco, com polícia convocada e todo mundo indo parar na cadeia (pense bem: um bando de marmanjos em plena maioridade penal trocando tapas quando os argumentos já não bastam).
Existem algumas formas distintas e talvez complementares de se enxergar o problema. Em primeiro lugar: o que fez e continua fazendo com que a juventude ponha uma pistola (real ou de brinquedo) na mão e saia para o ganho nas ruas? Em algum momento, parece, alguém não cumpriu seu papel (pais, Estado, etc.). Podemos nos perguntar o porquê dessa omissão, e o texto não acabaria mais. Peço vênia para deixar esta questão para ser resolvida em momento apropriado. Encarar o problema dessa forma pode parecer ideológico, demonizador do Estado e vitimizador do delinquente. É aquela velha história: "conheço uma pessoa que catava latinhas e hoje é empresário", "pessoas de bem sempre encontram uma maneira honesta de ganhar a vida", etc. Afastemo-nos desta discussão, tomemos um gole e pensemos no concreto da situação. Assim, chegamos a uma segunda forma de se abordar o problema: deixando de lado a "querela da culpa", podemos analisar mais de perto a proposta de "solução do problema". O sistema prisional no Brasil (e no mundo) reúne as características desejadas para fornecer uma solução definitiva? O que há de terapêutico em se deixar um ser humano trancado num ambiente de falência da moral e dignidade por, digamos, 12 anos? Antes, portanto, de se decidir com quantos anos mandar alguém para a prisão, pensemos na própria prisão em si: funciona, corrige, "reabilita"? Vigiar e punir é um livro que ajuda a pensar na questão. Não adianta assistir ao Tropa de Elite, porque as conclusões lá apresentadas sobre Foucault, sinceramente, até me dão vontade de pedir pra sair!

Bruno Silva

8 de abril de 2013

Nonsense com 40 anos de Dark Side

Storm Thorgerson (Storm Studios)(c) Pink Floyd (1987) Ltd/Pink Floyd Music Ltd.
O histórico álbum Dark Side of The Moon completou recentemente 40 anos.

De 24 de março 1973 até hoje foram vendidas mais de 50 milhões de cópias do disco,
que trata das loucuras modernas, como o tempo, dinheiro, esquizofrenia, vida e morte.
E o triângulo simboliza a ambição e o pensamento.

 


O branco assusta. E a despeito da (cons)ciência de sua cobertura das cores outras. Do prisma floydiano. Mas o branco, se absorve, também oprime. Se é folha para a escrita, afugenta-a. Lugar para a inscrição da memória? amnésia. Traz-nos a sensação própria do vazio, que se transporta ou vincula ao nosso e do mundo, criando ligações angustiantes. Até que se a preencha com o possível, é o provável que sofre, o potencial que não se atualiza, o brilhantismo que queda na promessa. O branco, sinônimo do puro, limpo e imaculado, é, por força disto, superfície sujável por excelência, é o preto no branco. No fim das contas (ou das metáforas!) é a nota preta que vale, se bem que no fim só vale o crido, e mesmo sem tê-lo visto.

Estranho que do ponto de vista das cores seja o branco que simbolize o racismo! Ainda mais que os "brancos" mais com a cor dos botos se parecem... óh, onde sonham as formigas verdes?

Ou, como diria Humberto Gessinger...

"Nem todo nonsense faz sentido
 Nem todo sentido faz falta
 Nem toda falta de sentido é sentida"

Ou como uma segunda voz dos soldados respondendo à do comandante militar

"Não faz...SENTIDO!"                        

Talvez nem este post...



Walter Andrade