Lê-se na Constituição, Artigo 7º, inciso IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas [do trabalhador] necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
E ainda no inciso XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
A levar-se em consideração a indigna ou farsante disputa por míseros R$15,00 na queda-de-braço (ou decadénce) entre Governo e Centrais Sindicais por um salário ou de R$545 ou de R$560 (e havia a "revolucionária" proposta de R$600 dos tucanos e democratas!) é de se (re)fazer a pergunta que o Plínio de Arruda Sampaio fez à Dilma durante o programa eleitoral: "Gostaria de saber se a senhora viveria com um salário mínimo?". Outrossim, há de se lembrar a proposta do PCO de "salário vital de R$2.500", sim, porque, devemos nos perguntar profundamente isto: de que lado se encontra a utopia, exigir R$2.500,00 ou usufruir - vamos lá - "moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social" com R$545 ou R$560?!?!
O segundo inciso coloco por conta do básico setor comercial, onde "não se sabe mas se desconfia de muita coisa", isto é, de que não se cumpre a lei ordinariamente, especialmente talvez os trabalhadores de um certo supermercado da "Rua Maxwell, aberto até a meia-noite" e outros exemplos em feriados e afins. "Negociação Coletiva", "Flexibilização dos Contratos de Trabalho", dirão alguns liberais, quando se sabe que o tempo é tudo que um despossuído possui: "É tudo que eu posso oferecer...é pouco...é quase nada...mas é tudo que eu tenho, tudo que eu posso oferecer" já dizia o Humberto Gessinger (o tema da música era romântico, mas cai como uma luva, e acho que o próprio aprovaria meu emprego, ele, que gosta tanto de polissemias...). Como se sabe "Ninguém respeita a Constituição...Mas todos acreditam no futuro da Nação...Que país é esse?!". Respondemos como se fazia nos shows: "É a porra do Brasil"...
Walter Andrade