"O 3º Sexo, a 3ª Guerra, o 3º Mundo...são tão difíceis de entender" - EngHaw
O historiador Karl Polanyi chamava atenção de que a 1ª Guerra Mundial ocorrera por um desequilíbrio de poder (além dos belicosos nacionalismos, lembro eu); convoco a morte do arquiduque Franz Ferdinand - que aprendemos na escola foi o estopim da 1ª G.M - que não tivesse sido assassinado nunca teria entrado para a História (só saído dela discretamente), nem teria sido nome de banda de rock. A 2ª G.M (apenas 20 anos depois!), claro, teve questões mais profundas envolvidas, o nazi-fascismo, ainda que não devamos esquecer que o Holocausto não era ainda de todo conhecido e assim não foi motor de consciência para a Grande Guerra, como é preciso lembrar que existiam campos de concentração igualmente na Inglaterra e na Rússia, por exemplos.
O que quero eu indicar? que a Guerra Fria - ensaio frustrado da 3ª Guerra Mundial - acabou com o fim do comunismo, mas não apagou essas outras feridas profundas, que continuamente voltam a infeccionar, expelir pus, sangue e luta. Há quase 70 anos não há uma Grande Guerra (a 1ª G.M se deu após "100 anos de paz"), os fatores estão todos aí, e as armas continuamente produzidas não podem enferrujar. No nosso horizonte tem se descortinado - queira Deus, se existir, ou os homens, que não existem mesmo, que eu esteja errado - a proximidade nada remota da 3ª G.M: geoestratégica, étnica, religiosa, petrolífera, aquosa, ambiental (?), numa palavra com dúbios sentidos: atômica.
Walter Andrade