A Copa do Mundo até o início das oitavas-de-final dormia o sono da morte. Terrivelmente tediosa, imprevisível (num mau sentido), e com zebras passeando pelos campos gramados. Eis então que o início das oitavas nos mostra como é bom quando as verdadeiramente grandes seleções entram em campo: jogaços entre Alemanha x Inglaterra e Argentina x México; e jogos ao menos tensos entre o tradicional Uruguai contra a Coréia do Sul e Gana x E.U.A (que eu não vi).
Mas os dois jogaços foram maculados pela arbitragem - até então de ótimo nível.
Não sou daqueles que acreditam que o futebol deva ser conservador em relação às regras de arbitragem, inclusive quando ocorrem erros crassos como os que vimos, já que defendem "que essa é a graça do futebol, senão, o que teremos pra discutir no bar?". Erros de arbitragem não são motivo de "debate" no bar, mas de reclamações do torcedor vitimado. O "debate" mesmo pra mim é o do tipo "Mas até esse gol do seu time o meu estava jogando muito bem, vocês tiveram sorte..." ou "se não fosse aquela bola na trave teríamos ganho!" etc. O que é esse conservadorismo futebolesco, em pleno avanço das tecnologias midiáticas, em face da revolução informática, dos chips, ou mesmo de ideias tão simples quanto a adição de juízes atrás dos gols? Por que o juiz não pode utilizar o recurso do replay, se na NBA isso é utilizado há tanto tempo? E o que há de vergonhoso em voltar atrás na decisão, uma vez percebido (a tempo) o erro? É impressionante como o esporte mais popular do mundo continua a ser o mais injusto e reacionário. Mudam a bola, personagem central, com uma facilidade impressionante, mas as regras que a presidem (e que deveriam tornar sua apresentação mais digna) suscitam a alergia dos mofos de seus livros ultrapassados.
Walter Andrade
Mas os dois jogaços foram maculados pela arbitragem - até então de ótimo nível.
Não sou daqueles que acreditam que o futebol deva ser conservador em relação às regras de arbitragem, inclusive quando ocorrem erros crassos como os que vimos, já que defendem "que essa é a graça do futebol, senão, o que teremos pra discutir no bar?". Erros de arbitragem não são motivo de "debate" no bar, mas de reclamações do torcedor vitimado. O "debate" mesmo pra mim é o do tipo "Mas até esse gol do seu time o meu estava jogando muito bem, vocês tiveram sorte..." ou "se não fosse aquela bola na trave teríamos ganho!" etc. O que é esse conservadorismo futebolesco, em pleno avanço das tecnologias midiáticas, em face da revolução informática, dos chips, ou mesmo de ideias tão simples quanto a adição de juízes atrás dos gols? Por que o juiz não pode utilizar o recurso do replay, se na NBA isso é utilizado há tanto tempo? E o que há de vergonhoso em voltar atrás na decisão, uma vez percebido (a tempo) o erro? É impressionante como o esporte mais popular do mundo continua a ser o mais injusto e reacionário. Mudam a bola, personagem central, com uma facilidade impressionante, mas as regras que a presidem (e que deveriam tornar sua apresentação mais digna) suscitam a alergia dos mofos de seus livros ultrapassados.
Walter Andrade