25 de maio de 2012

Pseudos ou Quase Isso!





Triste como se vulgariza tudo neste país (e não só aqui), do sertanejo de raiz tornado "batidão sertanejo"(!), do samba ao "pagode romântico", do forró tornado "aviões do". Agora ainda assistimos ao Rock virado happy rock, emo, hip-rock, new metal... Que mundo nos ficou! Ao que a indústria cultural e outros tantos fatores nos levaram!


E daí surgem ainda os cult's, do outro lado do espectro (os pseudos), que endeusam qualquer banda/artista doce (apenas ou quase bom) que surja num mar salgado...


Ah, este Brasil brasileiro que tem, quiçá, a melhor música no mundo, não por nacionalismo, mas exatamente por cosmopolitismo, por antropofagia criadora.

Lembro hoje (saudosamente já!) da década de 1990 - que em breve passará por um processo de "cultização" também -, na qual se emparelhavam ainda bandas/artistas como Engenheiros do Hawaii, Nação Zumbi, Angra, Djavan,  (para ficarmos nos mais conhecidos apenas)... com a ascensão do "pagode romântico", do "axé" e do "funk" (ao menos aquele que ficou para a classe média televisiva e baladeira, sabe-se lá do "funk de protesto" que rumo tomou). Tivemos no âmbito internacional muita coisa boa ainda (Oasis, Pearl Jam, Radiohead etc.), mas já se sentia o avançar das correntes deletérias...



Hoje a defesa da boa música tem tomado um aspecto "cult" que também me incomoda, com um lado artificial e artificioso de artistas afortunados, entediados e sem vida, que não podem revolucionar verdadeiramente a arte como um dia Astor Piazzola, Jimi Hendrix, Miles Davis e a Tropicália o fizeram. O punk veio dos subúrbios londrinos... não quero dizer com isto que gente rica não possa fazer música "profunda", mas decididamente não com esta postura indiferente! (No mais, o próprio rock progressivo seria uma contraprova)


Hoje as "novidades" que ouço são o passado esquecido, as bandas quase desconhecidas que busco na net, os gêneros diversos como a música latina, o fado, o tango, o jazz, o blues, a MPB claro, tudo isso que passou também (tirante a música latina talvez) pelo tal processo artificioso de "cultização", porque é preciso que se lembre que são todos gêneros populares, populares eu disse. O jazz e o blues são apanágio da black music norte-americana! O tango dos subúrbios de Buenos Aires como La Boca, se o fado não for popular também eu de nada mais sei...

Parece que antes era "natural" ouvir música boa, era parte do Zeitgeist, da atmosfera, do "espírito do tempo"; hoje é um esforço - o esforço é incontornável - que tende a premiar o ouvinte com um status de culto...

Devemos ser, antes de tudo, não dever, e, depois de mais nada, iconoclastas.

Este texto é um desabafo. Pois não posso compactuar com a inautenticidade dos pseudos atuais 
(e receio ser confundido com um "cult").. É só mais uma forma - das inúmeras - de alienação, esta cultural. 


Walter Andrade 

14 de maio de 2012

O Ladrão foi lá em casa...

Não sou propriamente o Jason Bourne, mas na noite da primeira quinta feira do mês achei estranho quando, ainda da rua, notei lâmpadas acesas dentro do meu humilde covil. "Terá sido o meu relapso amigo, o Pedro Rachadura?", pensei. "Mas o que ele tanto buscava para ter deixado minhas roupas e papéis revirados em cima da cama? E por que deixou a janela aberta?" Dali a pouco notava que a janela fora arrombada, coisa que o Rachadura, forte como um Sr. Burns, jamais poderia fazer.
Percebi que havia sido vítima de uma tentativa de furto. Olhei as coisas com calma e não dei pela falta de nada. Se procuravam por dinheiro foram no seu paradeiro menos provável. O vil e fracassado larápio não teve a decência de me levar um dos meus bons livros. Tinha prosa, poesia, crônicas, livros acadêmicos e até um exemplar de bolso do Kama Sutra. Teve a astúcia de retirar o meu quadro do Tom Jobim para descobrir, infeliz, que só tinha parede atrás. Mas não lhe ocorreu tomar um trago da boa garrafa de tequila envelhecida em carvalho, que repousa tranquila e indiscretamente sobre uma das minhas duas geladeiras velhas (a outra faz as vezes de guarda-roupas).
Poderia ter saído mais culto, mas bêbado, mas só conseguiu se cansar e irritar. Ainda por cima deu provas inequívocas de ignorar a velha máxima, mandamento popular: o último a sair apaga as luzes.

Bruno Silva

P.S.: Já escritas estas linhas, dias depois do susto, o autor sentiu falta de um perfume que, para seu malgrado, já saiu de linha! Diga-se a bem da reputação do ladrão, aliás, que não foi de todo inoperante. Não saiu mais culto, nem bêbado, mas agora disfarce em perfume francês o suor que não derrama em labuta!


9 de maio de 2012

Coisas que eu não entendo

Um desodorante aerosol promete 48 horas de proteção: ou seja, dois dias inteiros sem tomar banho! Pode até fazer sucesso em alguns países da Europa, mas na fornalha Brasilis?...

Existe um serviço no atendimento por telefone para aqueles que tem deficiência auditiva. Alô? Alô? Alô!!!!!!!!!

Comprei o tal do "sal light", com cinquenta por cento menos sódio, esse maldito componente que existe em quase tudo que a gente come ou bebe. O macarrão lámen, por exemplo: tem uns sabores com mais de oitenta por cento da quantidade recomendada para o consumo diário. Mas, voltando ao caso do sal, eis a questão: o pacote é de 500 gramas (metade de um pacote normal); na prática, você precisa de uma porção duas vezes maior para temperar; custa o dobro do preço. Isto é: tô pagando quase oito reais! Era mais fácil o fabricante escrever "sal Dom Perrier" e cobrar a mais por esse mimo!

O goleiro Bruno deve voltar ao Flamengo, conforme admitiu o vice-presidente jurídico do time. O mais querido do Brasil não é só uma colônia para as férias: é uma possibilidade de pena condicional!

Bruno Silva