13 de março de 2011

O mundo acabará em 2012? Tragédia no Japão.


Os últimos acontecimentos ocorridos no Japão fazem parecer otimistas as previsões apocalípticas esperadas para 2012. Tragédias naturais (não escondo a sensação estranha de chamar "naturais" as tragédias, mas enfim...), tragédias radioativas... Uma das questões que durante muito tempo assombrou as preocupações escatológicas dos cristãos relacionava-se à maneira como o mundo acabaria: não seria por um novo dilúvio, estavam todos certos disso. Mas, de que maneira seria, então? Ninguém esperava que pudesse ser de todas as outras formas restantes. Calor infernal, deslizamentos inéditos, terremotos no topo da escala... Para alguns, o mundo acaba todo dia, um pouco de cada vez: fome, doença, mulher indo embora, homem dando o pé... Para outros, acaba todo de uma vez só: família soterrada, bala perdida, álcool na direção. Mas o que vemos é o último nível da noção global: Américas, Ásia, Europa, irmanadas não apenas no mesmo modo de produção, mas na mesma forma de destruição, da destruição-resultado e da destruição-imponderável. As chaminés podem esquentar o planeta, derreter geleiras, mas não terão força para fazerem tremer as placas tectônicas. Os homens agora podem destruir o mundo sem maiores pesos de consciência, porque talvez não tenham tempo para terminarem a tarefa! "Pensem nas crianças. Mudas, telepáticas. Pensem nas meninas. Cegas, inexatas. Pensem nas mulheres. Rotas, alteradas. Pensem nas feridas como rosas cálidas..." (Rosa de Hiroxima - Vinícius de Moraes)

Bruno Silva

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