23 de setembro de 2010

POLITICALHA - Pesquisas Eleitoreiras...

Eleição gera pesquisas de opinião. Aliás, diz-se que vivemos uma democracia de opinião. Opinião pública, publicizada, propagandeada pela mídia. Mídia que encomenda pesquisas de opinião. Agências de propaganda que fazem mais do mesmo. Uma espécie de venda por demanda, no caso do comércio, e de acomodação de plataforma política à opinião dominante, no caso das eleições.

As pesquisas eleitorais cumprem o papel positivo de evitar surpresas e possíveis fraudes durante a eleição, já sabemos "2 pontos percentuais para mais ou para menos" o que acontecerá dia 3 de outubro. Por outro lado, cumpre um papel negativo ao coagir os eleitores, num certo sentido, a não concretizarem suas iniciais intenções de voto, caso pensem em votar do 3º candidato nas pesquisas para baixo (o primeiro pensamento é o de que tal voto não terá um peso definidor nas eleições...e todos queremos influir decisivamente nela). Outrossim, legitima a seleção de 3 candidatos para participarem de debates na mídia, alijando os demais. Aliás, o tempo de propaganda eleitoral é dividido de modo completamente desigual entre os diferentes partidos. Há coeficientes de acordo com o número de eleitos nas eleições anteriores, cláusulas de barreira...enfim, um mundo de condições que terminam por beneficiar os grandes partidos e imprimir uma tendência de continuidade dos mesmos "no Poder", cerceando a capacidade de renovação política e de mudanças sociais. E isso não é NADA DEMOCRÁTICO.

A "Democracia de Opinião" deveria sempre primar por dar voz às opiniões minoritárias, EM IGUAIS CONDIÇÕES, e não somente à opinião dominante. Mas o que vemos são um monte de regras antidemocráticas no seio da própria organização eleitoral(eira).

É minha espécie de "protesto de princípios".

Walter Andrade

1 comentários:

Du Bruni disse...

De fato, essas representam algo mais do que a mera informação. Mais do que querer participar de forma influente no processo eleitoral, há em muitos eleitores o triunfo da ideia de vitoria: "votar em que não tem chance", "jogar meu voto fora", etc. Alia-se a este papel de influência para o voto a desigual distribuição do tempo para propaganda, conforme foi dito. Temos ainda os debates televisionados, valiosos e profundamente divertidos, mas que não abrem espaço á todas as vozes. A reforma política (se vier) deverá definir de forma democrática estas e outras questões, tal como a obrigatoriedade do voto: a confusão ou identidade entre direito e dever.

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