26 de novembro de 2010

A propósito do texto anterior: reiterações...

Vim para falar da onda de caos que varre a cidade. Que varre em sentido contrário: de baixo do tapete para o meio da sala. No Rio de Janeiro, o morro só desce ao asfalto na enchente ou no enfretamento armado. Muita gente tem medo dessa aproximação do morro. Não percebem, porém, que o grande mal é a subida alucinada e clandestina do asfalto para o morro: é a subida para comprar drogas e canalizar o dinheiro para o tráfico. Não legalizam a maconha. No Tropa de Elite foi dito ao usuário "é você quem financia essa merda". Não está correto. Na verdade, "essa merda", o traficante e o usuário são elementos de um mesmo sanitário, sobre o qual se assenta toda uma legislação moralista e seus beneficiados diretos: a politicalha.
Eu verifico que há um certo otimismo amedrontado de grande parte: "finalmente eu acho que vai melhorar essa situação!". Fica o pé atrás: ou matam todos (e levam o Wagner Montes ao orgasmo), ou apenas reestruturam a geopolítica criminosa. Assim não adianta. Querem cortar o mal pela raíz, e não percebem que a solução talvez seja deixar a raíz crescer livremente, fora dos canteiros da criminalidade...

Bruno Silva

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