20 de fevereiro de 2011

"Lei Tiririca": reforma política e voto majoritário

Parece que a proposta de reforma política começará a ser debatida na próxima terça feira e terá, no centro das discussões, o problema do coeficiente eleitoral, este agente complicador do entendimento geral, impossibilitador do exercício pleno (ou encenação sem cortes) da democracia brasileira e garantidor da politicalha dos partidos políticos. Atualmente, o candidato não está apenas na dependência dos votos conquistados: em 2002 a eleição do impagável Éneas, que recebeu cerca de 1,5 milhões de voto, trouxe à reboque a entrada de Vanderlei Assis de Souza, que só teve 275 votos! Casos semelhantes foram registrados em 2006, na eleição do estilista Clodovil e, mais recentemente, com a eleição de Tiririca em 2010, que obteve aproximadamente 1,35 milhões de votos. A reforma pode significar o fim das coligações partidárias com interesses numéricos e o fim das aparições bizarras incumbidas de atrair votos para os partidos introduzirem seus agentes mais especializados (sabe Deus com quais propósitos!) É claro que a reforma não significará apenas isso, pois discutirá, entre outros pontos, o financiamento público das campanhas na expectativa de minimizarem os efeitos do lobby político e outras arestas do nosso sistema (porque ele está muito longe de ser redondo, apesar de permitir a manutenção de tantos círculos viciosos!). Pode ser, mas o horário eleitoral está prestes a ficar menos divertido!

Bruno Silva

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