23 de abril de 2011

Casamento do príncipe William: quem se importa?

Estamos já distantes da época em que a monarquia inglesa, conforme se acreditava, possuía o dom de curar escrófulas pelo toque das mãos (Reis Taumaturgos). Mas o interesse pelas coisas da família real, em que pese a crise por que passa a Grã-Bretanha, continua em alta. O inexpressivo príncipe William e sua noiva arrivista, Kate Middleton, estão sempre dando as caras na máquina de fabricar doidos, a TV. Quis assistir ao noticiário ontem e me deparei com um programa inteiro dedicado ao casamento Real (canais abertos...!), que está sendo considerado um moderno conto de fadas (imagine-se a a Cinderela fazendo - de propósito, dizem as ferinas línguas - matrícula na mesma universidade do príncipe encantado!). Mas qual a relação entre a cura dos males e o tão falado casamento? É que, se já não salva o pescoço de ninguém em particular (a não ser o da futura princesa), a família real contribui para acabar com a tragédia no mundo inteiro: o Japão já não enfrenta problemas, o mundo árabe já não se vê mergulhado em uma onda revolucionária, as pessoas não estão sendo metralhadas por tropas fiéis ou não ao regime de Kadafi... O casamento apagou todos os males! Viva a esse estúpido wedding! Talvez o arroz que se jogará em cima sirva de banquete a alguém mais além das media, caso haja alguma Eleanor Rigby para recolhê-lo quando a festa passar!
Nunca disse que era o menos ranzinza...

Bruno Silva

6 comentários:

JG disse...

De fato, quem se importa?
E te falo que tem um dois (ou mais) canais "fechados" com cobertura exclusiva...
Acho que esse assunto é o mais "quem se importa?" dos "quem se importas?!"... e pior que gente pra caralho se importando!
Nunca disse que levava fé na humanidade...

Anônimo disse...

Digo com conhecimento de causa que a indústria do casamento está de vento em popa, a movimentar alguns bilhões por ano, apesar da sociedade dos relacionamentos "fast-food" em que vivemos. Casar não sai de moda, meu caro. Um casamento desses mantém o emprego de muita gente mundo afora, e a idéia do príncipe encantado na cabeça das moçoilas obrigando os sapos a pularem endividados e engravatados em seus fraques a entrar igrejas adentro, heroicamente, talvez. rsrsrsrs.

Bruno Silva disse...

O "heroicamente" escrito no comentário tem a cara do Drummond (os homens não melhoraram e matam-se como percevejos. Os percevejos, heróicos, rensacem) rs E tô pra falar que, assim que escrevi o texto fiquei pensando: será que isso pode significar que eu esteja me importando? ou será, talvez, que algo que não devia importar importa tanto que eu acabei me importando com esse "quem se importa"? rs Patropi total! Percebo então que o problema não é "exclusividade" dos canais abertos, mas de todo o sistema televiso. "o sistema é foda..."
Nunca disse que não citava ad nauseam...

Bill disse...

Na falta de uma tragédia, o casamento REAL (?) é a saída!

Mas quem está se importando e feliz com o casamento na monarquia, é o Parlamento Inglês:

"Só assim esquecem por alguns tempos da crise econômica que passamos... ufa... a monarquia ainda serve para algo." (diz um burguês vitorioso da Revolução Gloriosa, co-autor do Bill of Rights)

Nunca disse que não ia ficar maluco quando começasse a dar aulas em 5 escolas... hahahahahaha

Anônimo disse...

Os 'problemas mundiais' só acaram (momentaneamente)para as pessoas Globalizadas! A TV dita o problema,a crise,a moda, a tristeza, a felicidade da vez e só acredita aquele que raciocina com o c#.

Anônimo disse...

Ops! onde se lê 'acaram' quis dizer 'acabam'

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