19 de agosto de 2011

''O tempo é o vento'': da condição humana, parte II

Mais do que medir e projetar, os relógios e calendários procuram reter o tempo em sua tragetória irregular. Muitos dizem, todos percebem: o tempo anda cada vez mais rápido.
Atravessando o Rio de ônibus - nunca a nado -, por vezes tenho a certeza de que não conseguirei cumprir o cronograma que, para minha tristeza e miséria, eu mesmo ajudei a estabelecer, por iniciativa (raras vezes) ou omissão.
O relógio de pulso eu já abandonei, tantas foram as vezes em que insistiu em fazer a coisa certa: parava de quando em quando. Eu é que nunca aprendi; eu e os de minha espécie. Não conseguimos deixar de ser, nem deixar de passar: não podemos ser para sempre (oxalá!, talvez...).
''Vai tudo a cem por hora!'': expressão hoje desatualizada, pois quem vai a cem atrasa o trânsito da vida, para o qual não foi projetada via alternativa.
O bom de tudo isso? O inferno pode não durar para sempre. O mal? O paraíso também não.


Bruno Silva

1 comentários:

Raquel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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