10 de novembro de 2011

Os royalties e a Índia

O que a marcha em defesa dos royalties do Rio tem em comum com a Índia? Aparentemente nada, mas foi através da primeira (pela sua tangente, para ser mais exato) que eu fui parar numa exposição sobre a segunda.
A marcha, propriamente dita, foi sofrível: os carros de som uns contra os outros e todos contra mim (improvável hipótese, além de confessado egocentrismo). Mas ao som do funk, axé e samba, eu pouco resisti entre o sol escaldante e uma Rio Branco negra de petróleo, onde o asfalto mais parecia um mar de óleo diesel; e foi andando sobre ele, como um São Pedro temeroso, que cheguei à exposição do CCBB em busca de ar condicionado: entrei na  Índia.
Vi coisas interessantes, vi um amigo meu em trajes estranhos e me senti um George Harisson sem guitarra. Já na entrada mantive um complicado e divertido diálogo com um senhor de problemática dicção, mas de ideias engraçadas. Perguntava-me o bom macróbio se na Índia se sabia do verdadeiro Deus, e que figura esquista era aquela com quatro braços e cabeça de elefante. Começamos a falar de religião e ele disparou: ''mas o verdadeiro Deus apronta umas provações fdp (arrependeu-se em seguida, e pediu perdão pela maneira nada apropriada de se referir). E que história foi aquela de fazer aposta com o Diabo?! Coitado do pobre (rico) Jó: ficou mais teso do que o próprio Cão! Virou praticamente um mendigo!''.
O senhor foi embora como uma aparição, me deixando lá com a ideia desse texto na cabeça.
Que Deus o livre e guarde! Ou Ganesha, talvez...

Bruno Silva

2 comentários:

Walter disse...

Foda a exposição de um país multicultural e multifacetado, quase um outro mundo para nós... interessantíssimo ver um Elmo e armas brancas de época de verdade! as tapeçarias, os budas, shivas, ganeeshas...

A propósito, só falta o Dalsim lá! ou passando num elefante em Seropedicity, que Sero tá quase na confusão das cidades indianas!

Bruno Silva disse...

hahahahahaha Dalsim foi escroto! rsrsrss. Elefante em Seropédica? Só se for os dois "elefantes brancos" que são as duas passarelas: quase ninguém usa, preferindo se arriscar na pista cada vez mais lenta da BR 465!

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