6 de outubro de 2014

O analfabeto funcional da política



















O pior analfabeto, diz o conhecido texto de Bertold Bretch, é o analfabeto político... acrescentaria que, ao lado dos que não se interessam pela política, estão os analfabetos funcionais da política. Inocentes úteis que papagaiam discursos de uma elite à qual não pertencem, mas da qual talvez almejem participar (e até, talvez, já se acreditem participantes), esse grupo numeroso de porta-vozes do retrocesso, que condenam socialmente movimentos sociais, que bradam gritos de uma pretensa moralidade política (que por alguma razão, ou desrazão, acreditam faltar ao PT e sobrar ao PSDB), representam um mal igual, senão maior, aos que (pensam que) não estão nem aí.
Você que estudou em faculdades particulares, porque o FHC, doutor em sociologia da USP, manteve e aprofundou o sucateamento das instituições públicas, além de nada fazer para ampliar e promover o acesso dos mais pobres a um ensino que, apesar de tudo, mantinha elevado grau de qualidade; você não tem motivos para trazer a velha lógica de volta (porque é disso que se trata a hoje tão apregoada alternância democrática, que conduz de volta ao pior, e desconsidera uma permanência legitimada pelo voto!).
Você que entrou na universidade pública, mesmo que oriundo de uma família em que os país não tiveram a oportunidade de, sequer, concluir o segundo grau, e que foi beneficiado por uma conjuntura de expansão e democratização do acesso ao ensino superior; você não tem justificativas para querer que o tempo da exclusão retorne.
Se você melhorou de vida no governo do PT, mas não quer a continuidade, faça-nos o favor de anular o seu voto, em vez de anular o futuro de muitos. Vá para Miami!

Bruno S. Souza
(Este texto expressa a opinião de seu autor, não necessariamente a de todos que escrevem para o blog)

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