31 de maio de 2010

POLITICALHA - Lobby judaico, terrorismo de estado e a utopia de um John

Hoje lhes ofereço um texto duro, na medida da brutalidade israelense.

Uma coisa deve-se ter em mente antes de qualquer debate sobre as disputas entre Israel x Palestinos: Como em qualquer coisa, não há só vítimas-mocinhos de um lado e os bandidos-malvados de outro. Isto é dito não para ficar em cima do muro, mas para tentar afastar uma das piores consequências do Holocausto (Holocausto que alguns palestinos como Mahmoud Ahmadinejad e um campo de pseudo-historiadores chamados "negacionistas" tentam - o nome já diz - negar ou pelo menos amenizar), e essa consequência para a qual chamo a atenção é a "vitimização" israelense e o uso político que dela se faz até hoje. Outra consequência nada democrática é a excessiva sensibilidade quanto a crítica aos israelenses, pois foi criado e alimentado um zelo imenso quanto ao que se pode dizer acerca deles: uma palavrinha sem o devido lapidar da repressão psicológica e você é taxado de neonazista... (até as piadas com judeus são uma ofensa inaceitável, o que diriam os portugueses disso?). É preciso não esquecer que o Holocausto não vitimou somente judeus - ainda que tenham sido maioria - mas também negros, comunistas, homossexuais, ciganos... e cabe no mínimo lembrar que os judeus não têm fama de serem os mais politicamente corretos quanto ao respeito em relação a esses, ao outro, ao diferente. Como não o tem contra os palestinos. Não vou entrar aqui na longa história da constituição do Estado de Israel, mas parece-me que um dos focos do problema é de fato a ideologia do "Grande Israel", que defende pretensões expansionistas de um modo religioso e assim busca justificar a não entrega dos territórios da faixa de gaza e da cisjordânia, anexados a força na Guerra dos Seis Dias (territórios não reconhecidos como de Israel pela própria ONU, mas cadê as sanções? Estas só acontecem contra países orientais ou comunistas... Israel apesar de geograficamente oriental, encontra-se politicamente no Ocidente). Os judeus continuam usando de seu Deus exclusivista - pois não há no judaísmo a ideia de conversão e de Deus de toda a humanidade do Cristianismo - para justificarem uma política militarista e uma intransigência bastante desumana. Em 2000 mataram crianças palestinas na Intifada, agora são ativistas que se dedicavam a uma ajuda humanitária aos palestinos da faixa de gaza. O premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, teve a coragem de dizer o que deve ser dito: "Esta ação, totalmente contrária aos princípios da lei internacional, é terrorismo de estado desumano. Ninguém deve pensar que nós vamos ficar calados diante disso". A Turquia, diga-se de passagem, é um belo exemplo de como é possível existir um Estado Árabe politicamente aberto, em comparação com Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes, e talvez uma esperança de que o Estado Palestino pudesse assim ser também... De todo modo, enquanto EUA e Inglaterra - que bancaram a criação do Estado israelense, não sem motivos estratégicos de um domínio indireto sobre a região do Oriente Médio - e os demais países da ONU não responderem firmemente a essas atitudes terroristas judaicas, continuaremos a assistir esse tipo de coisa.

Nessa história toda, parece-me que quem estava certo mesmo era John Lennon: imagine um mundo sem religião, e o conflito árabe-israelense talvez nem existisse...

Walter Andrade (hoje não quero ser confundido nem mesmo com um judeu polaco)

5 comentários:

Du Bruni disse...

Cujones! Porque é muito preciso para dizer assim, sem cozimento, o que foi dito. Lembro daquela música dos Engenheiros do Hawaii: "Crônica" (Todo mundo já tomou a coca-cola/ e a coca-cola já tomou conta da China/ todo cara luta por uma menina/ e a Palestina luta pra sobreviver!) O triste é pensar que essa música, tão atual, foi lançada no disco "Longe demais das capitais", em 1986.

Walter Andrade disse...

Lembrei de um trecho de outra música, essa de Roger Waters, que se chama "Perfect Sense I", do disco "Amused to Death" de 1992: "And the Germans killed the Jews/And the Jews killed the Arabs/And the Arabs killed the hostages/And that is the news".

Walter Andrade disse...

Confirmando minhas indicações, o Embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, afirmou que o navio que levada mantimentos para a população da Faixa de Gaza tinha o objetivo de fazer propaganda negativa de Israel. “Apoio humanitário é para o povo da Faixa de gaza. Este foi uma flotila de provocação, de conflito, de propaganda anti-isrealense. E tudo isso não faz parte da reação Brasil [contrária ao ataque], lamentavelmente”.

E se fosse propaganda anti-israelense? Ah...então é preciso calá-la a balas, porque não se pode mais falar mal dos judeus...

Parece-me que, paradoxalmente, a propaganda mais negativa sobre os judeus foi feita pelos próprios israelenses.

Ps: coincidência, a palavra a verificar para a postagem deste comentário-adendo é "tolera"...

Bill disse...

Li ou ouvi num jornal um dia desses, que também não me lembro, uma informação que dizia ser de propriedade dos judeus uns 80% dos principais jornais, canais de TV e coisas do gênero dos EUA.

Para alguém falar mal dos judeus, só se o presidente dos EUA falasse antes mas como o Obama não seria louco de correr o risco de ver a mídia derrubando ele, o Estado de Israel jamais será punido por tudo que faz.

Um aluno disse uma coisa que me faz pensar até agora e gostaria de compartilhar com os amigos do Traquitana:

"Professor, então quem manda no mundo não são so EUA mas sim os judeus!!!!"

Aviso aos amigos do Traquitana que correm o sério risco de terem soldados israelenses invadindo suas casas a qualquer momento por estarem criando esse espaço para criticar as atitudes do Estado de Israel!!!!

Walter Andrade disse...

Curioso que, cronologicamente falando (o que é cronologicamente anterior é ontologicamente superior...rs), eu concordava (sem o saber, sem o ter lido antes) com José Saramago, inclusive com argumentos bem semelhantes. Segue:

Por exemplo, a 13 de Outubro de 2003, numa visita a São Paulo, em entrevista ao jornal O Globo, Saramago afirmou que os Judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto… Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós . A Anti-Defamation League (ADL) (Liga Anti-Difamação), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas. Segundo as palavras de Abraham Foxman, director da ADL, "os comentários de José Saramago são incendiários, profundamente ofensivos e mostram uma ignorância destes assuntos, o que sugere um preconceito contra os Judeus", um argumento muito parecido com o que eu citei, do Embaixador israelense no Brasil.

Em defesa de Saramago, diversos autores afirmam que ele não se insurgiu contra os judeus, mas contra a política de Israel, como, por exemplo, num artigo publicado a 3 de Maio de 2002 no jornal Público, onde, comparando o atual conflito com a cena bíblica de David e Golias, o autor diz que David, representando Israel, "se tornou num novo Golias" e que aquele "lírico David que cantava loas a Betsabé, encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon, lança a "poética" mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinianos para depois negociar com o que deles restar". O primeiro-ministro não é mais esse, mas a mesma política continua...

Postar um comentário