3 de fevereiro de 2011

Explosões pelo mundo - Mubarak Obama

O Egito é um país predominantemente muçulmano. É composto por uma maioria sunita, sendo que outras minorias religiosas, como os ortodoxos e coptas, também marcam presença no país. Por que estou falando isso? Porque nos últimos dias os jornais noticiam incessantemente a revolução por vir no Egito. Parece que o Hosni Mubarak, presidente desde 1981, e que parece ter sido mumificado, já que não aparenta ter a idade que tem (82 anos); parece, eu dizia, que o Mubarak não acompanhou as modificações da história (que ele viveu quase desde o início) e ainda pensa que o Egito está no tempo dos faraós, sendo ele mesmo um novo faraó com mais longevidade do que o jovem Tuntankamom. Ora, se for o caso, é bom ele se preparar para o encontro inevitável com Osíris e sua balança de corações, porque o tempo dele está chegando! E o Obama? Bom, além da boa oportunidade para o trocadilho, parece que o presidente "yes, we can!" está de saia justas com a situação, pois desejaria que o Mubarak se retirasse do poder, mas não pode ("no, we can't!") pedir que ele faça isso, pois como sempre (isso sim parece não mudar) os EUA estão na difícil situação de quem cultiva na mesma fazenda diplomática lobos e ovelhas, uma vez que é aliado de políticos de mesma estirpe oriente afora!

Bruno Silva

3 comentários:

Anônimo disse...

Quero só ver como é que o Obama vai sair dessa. Na minha teoria conspiratória, o que ele queria mesmo é que o "Faraó" ficasse pelo menos até as próximas eleições, na tentativa de substituí-lo por outro “lacaio do regime sionista” (palavras de um ex líder tunisiano) – o que parece que não vai dar mesmo. A continuar nesse “deixa rolar”, demonstrando indiferença às reivindicações da população, o Obama pode amargar a mesma experiência vivida há alguns anos em relação ao Irã, pois não haverá espaço para ele no novo Egito. É o “despertar islâmico”, diz o líder supremo dos aiatolás.

Yes, I used take History private lessons ... rsrsrsrsrs

Walter Andrade disse...

Será isto - a saia justa do Obama - o que chamam de Realpolitik?

Estão defendendo no Egito algo parecido com a nossa "transição lenta, gradual e segura" (Ernesto Geisel) para a democracia, com o perigo adicional de uma "revolução islâmica" do tipo da iraniana. Muita calma nessa hora! até os judeus estão preocupados com seu aliado... (não por humanismo, mas por razões geopolíticas, é claro)

Aliás, Egito onde surgiu a agricultura e a escrita dos hieróglifos, tão misteriosos e interessantes quanto sua mitologia, e foi curioso notar a "consciência histórico-patrimonial" dos egípcios que, na falta de policiais, fizeram eles mesmos a guarda do Museu do Cairo contra o oportunismo de alguns!

Thiguim disse...

Por mais difícil que seja prever a posição ou solução que Obama trará para pauta de discussões, já é um alento pra todo mundo que os EUA não se mudarão de mala e cuia para o Egito, para travar uma guerra que não é deles, afim de "salvar"uma população que eles não se importam. Posição essa adorada pelo ex-presidente George W.C. Bush.

Por mais que uma intervenção seja por interesses escusos, ainda prefiro que se cheguem lá pela diplomacia.

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