
Estive pensando na felicidade que encontro quando estou desfalecido na rede, como um Marat assassinado. Não peço e não preciso de mais nada para estar bem. A ideia é bem poética, mas logo vem a evidência materialista para atrapalhar: uma rede não flutua no espaço; é preciso dois ganchos que a sustenham. Ganchos não possuem asas, precisam ser fixados em dois pontos fixos. Até poderia usar duas árvores, mas então vem a prefeitura, o proprietário, ou mesmo um pássaro no seu momento mais íntimo e aí... Reclamemos, pois, o conforto de um teto sobre a rede, para que ninguém venha encher a paciência. Mas casas custam dinheiro; dinheiro não nasce em árvore (olha a árvore, não resolvendo pela segunda vez o meu problema!). Vamos atrás do dinheiro para...